Chapter 11 volta ao radar da Azul para equacionar estrutura de capital

Aérea negocia opções de funding, cogitando desde novo follow-on à recuperação judicial nos EUA Enquanto a Gol está finalizando seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, a Azul pode ter que seguir o mesmo caminho de reestruturação da concorrente. A companhia aérea fundada por David Neeleman está avaliando entrar com pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos, apurou o Pipeline.
A Azul está sendo assessorada pelos escritórios Davis Polk e Pinheiro Neto para buscar novo funding e reestruturar a dívida com credores e não descarta fazer isso por meio de um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, assim como optaram a Latam e a Gol, segundo três fontes com conhecimento do assunto. A negociação para fusão com a Gol está parada até a aérea concluir a reestruturação da dívida.
Azul: companhia avalia entrar com processo de RJ nos EUA
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Procurada pelo Pipeline, a Azul disse em nota que “está constantemente avaliando oportunidades para melhorar a liquidez e sua estrutura de capital, sem nunca deixar de honrar seus compromissos e a qualidade dos seus serviços e atendimento aos clientes, respeitando sempre toda legislação vigente.”
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Em call de resultados ontem, o presidente da aérea, John Rodgerson , disse que a empresa mantém negociações amigáveis com os credores para buscar a sustentabilidade da empresa. O CEO disse que uma nova oferta de ações não está descartada, mas que a companhia deveria esperar o melhor momento de mercado para isso.
A Azul concluiu, em abril, uma oferta de ações de R$ 1,66 bilhão, resultado da conversão da dívida pelos detentores de papéis com vencimento em 2029 e 2030, que passaram ter 35% do capital da companhia. Para converter os 12,5% de dívida restantes, a Azul teria que captar pelo menos US$ 200 milhões por meio de uma oferta primária de ações, o que não aconteceu. Uma das dificuldades em concluir a oferta primária foi a cláusula de não diluição acordada com os bondholders que colocou um piso para o valor da emissão.
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A companhia aérea espera a aprovação do governo para acessar recursos do Fundo de Garantia à Exportação, que pode chegar a US$ 200 milhões, nas próximas semanas .A Azul levantou R$ 600 milhões com seus detentores de títulos emitidos no exterior com vencimento em seis meses e a dívida é pré-pagável se a Azul receber qualquer financiamento público.
A empresa encerrou o primeiro trimestre com R$ 655 milhões em caixa, com uma liquidez, incluindo recebíveis, de R$ 2,4 bilhões. A empresa tem uma dívida de US$ 10,37 milhões vencendo em 28 de maio relativa ao pagamento do cupom de juros dos bonds de 2029 e 2030. “Apesar das melhorias esperadas para o fluxo de caixa operacional, as elevadas despesas com juros e de aluguel continuam sendo uma ameaça à geração de FCF no curto prazo”, apontou a Fitch Ratings em relatório de maio, quando rebaixou a nota de crédito da companhia para CCC.
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