Quanto custa um boi nelore?

Valor final é definido pela arroba do boi gordo e leva em consideração as características e a idade do animal O rebanho bovino brasileiro possui uma diversidade de raças responsáveis pela formação da pecuária. A mais explorada é a Nelore, originária da Índia e representa 80% da produção nacional de corte, com forte presença, principalmente, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte.
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Outro fator que interfere na atividade econômica é o preço do animal, seja para aumentar a quantidade e, na sequência, ir para o abate, ou melhorar a qualidade do rebanho. A raça Nelore, por predominar no Brasil, funciona como um importante termômetro aos pecuaristas e tem como referência a arroba do boi gordo.
De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o preço da arroba em São Paulo, por exemplo, foi negociado a R$ 313 em Barretos e Araçatuba na última quarta-feira (14/5). Em Minas Gerais, por sua vez, o valor chegou a R$ 287 em Belo Horizonte e subiu para R$ 293 no Triângulo Mineiro.
Marcelo Tonello, diretor de pecuária seletiva da Agropecuária Mafra, em Santa Vitória (MG), explica à Globo Rural que o preço de um boi nelore para abate varia de Estado para Estado conforme o valor arroba. Além deste, outros três fatores também pesam: lei da oferta e da procura, idade e consumo de carne.
“Se a oferta diminuir, vai aumentar o preço, mas se a oferta aumentar, o preço, por consequência, cai. Então, não dá para definir um valor certo, mas como abatemos uma cabeça com 22 arrobas, o valor ficaria R$ 6.886 em São Paulo e R$ 6.314 em Belo Horizonte”. No entanto, dependendo de quantos anos o animal tem, pode ser classificado para exportação e, neste caso, o valor da arroba é diferente.
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Setor muito aquecido
Os animais da raça nelore destinados à reprodução transformaram o mercado de genética no Brasil, fazendo as negociações de compra e venda ficarem cada vez mais valorizadas.
Ricardo Abreu, gerente de fomento dos programas de melhoramento genético da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), destaca que a avaliação das cabeças é realizada conforme as características de morfologia, padrão racial, desempenho e saúde. Desta forma, o preço é calculado considerando os custos de produção, de promoção do leilão, seja virtual ou presencial, e o frete.
“O valor é proporcional à sua qualidade genética, isto é, a avaliação no programa de melhoramento genético. Um nelore tem como uma das referências o valor de 50, 60 a 70 vezes a arroba do boi gordo. E, como uma arroba é, em média, R$ 320, podemos ter uma cabeça variando de R$ 16 mil a R$ 22,5 mil” diz.
O especialista completa que, ao mesmo tempo, em que o Brasil se destaca na predominância da raça na pecuária, também é referência no melhoramento genético da mesma. “Temos uma demanda enorme por touros registrados e melhorados geneticamente para abastecer as centrais de inseminação artificial, sem contar o mercado promissor de monta natural”.
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Nelores mais caros do Brasil
Tetracampeã da ExpoZebu, maior feira de gado nelore do mundo, a vaca Carina é avaliada em R$ 24 milhões e pode ter um único óvulo vendido a R$ 600 mil no mercado de genética. Ela é filha de Kayak TE Mafra e Dama 5 FIV HRO, ambos campeões nacionais.
Também da raça nelore, mas pintado, a vaca Ibiza FIV Surreal, de quatro anos, bateu o próprio recorde de valorização ao ter uma cota de 25% arrematada por R$ 3,8 milhões em abril deste ano. A venda elevou o preço da matriz para R$ 15,2 milhões.
“As fêmeas são o grande patrimônio dentro de uma fazenda. Até pouco tempo atrás, as matrizes em reprodução não eram as mais cobiçadas pelo criador, pois o foco era mais no touro, onde, graças à inseminação artificial, pode chegar a ter milhares de filhos progênies”, finaliza Ricardo Abreu.
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