99Food começa com R$ 500 mi para São Paulo e 100 cidades no alvo

A guerra do delivery virou também uma disputa por cifras de investimento. Para retomar a operação de entregas de restaurantes no Brasil, a 99 anunciou que vai colocar R$ 1 bilhão no país até o fim de 2026, e metade desse montante vai ser direcionado à capital paulista, a principal aposta do app chinês.
A cifra de R$ 1 bilhão é uma fração do que o iFood, principal rival e líder com 80% desse mercado, quer investir nesse mesmo período. Na semana passada, o app da Prosus anunciou um investimento de R$ 17 bilhões no país para alavancar outras fontes de negócio, como entregas de mercado e farmácia.
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Já a Keeta, nome internacional da operação da chinesa Meituan (maior companhia de delivery do mundo), anunciou em março a chegada ao Brasil com a promessa de investimento de US$ 1 bilhão até 2030. A companhia promete iniciar a operação paulistana até o fim do ano – sem informar data específica –, chegando a 15 regiões do país até julho de 2026. Em maio, o colombiano Rappi anunciou o investimento de R$ 1,4 bilhão para o país.
A operação da 99Food começou hoje na região metropolitana de São Paulo, com 20 mil restaurantes cadastrados e 50 mil entregadores parceiros aprovados. Em Goiânia, onde a empresa vem conduzindo operações de teste nesta retomada, há 15 mil entregadores, 8 mil restaurantes e 1 milhão de pedidos realizados em um mês. O objetivo é chegar a 100 cidades até o fim de 2026.
99 Food começa em São Paulo com investimento de R$ 500 milhões
Divulgação
A 99 volta à operação de delivery no país – encerrada em 2023, após chegar a 59 cidades em 22 estados -- zerando taxas exigidas de restaurantes por 12 meses, remunerando em até R$ 400 os entregadores que realizarem 15 viagens de comida em um único dia (válido neste primeiro mês) e oferecendo cupons de até R$ 99 por consumidor, além de entregas grátis.
“Nossa aposta não é roubar market share do nosso concorrente, mas fazer o mercado de delivery crescer como um todo”, diz Simeng Wang, diretor-geral da 99 no Brasil. O foco da empresa é se colocar como uma nova opção no mercado, tido como saturado e de difícil penetração.
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Wang afirma que a 99 avalia M&As de fintechs, empresas de logística e plataformas para restaurantes como uma maneira de alavancar a operação no país. “Estamos avaliando todas as possibilidades”, diz. “Buscamos soluções no ecossistema de delivery, e não outras plataformas rivais grandes.”
Segundo Wang, quando desembarcou aqui, em 2020, a Didi, empresa chinesa que controla a 99, estava iniciando sua expansão internacional e era “novata” no mercado de entrega de refeições, segundo o Valor. Agora, com operação madura em outros mercados, incluindo México e Colômbia, sob a marca Didi Food, ele afirma que a empresa “ganhou expertise” e se tornou um “player relevante”. “Naquela época, o Brasil não era foco, mas um país como esse precisa ser", disse.
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