Reag foi de R$ 25 bi para R$ 341 bi em cinco anos

João Carlos Mansur, CEO da Reag, deu salto no mercado de capitais - foto: Anna Carolina Negri/Valor
Um dos alvos das diligências de Polícia Federal, Ministério Público e Receita Federal, o grupo Reag registrou expansão meteórica nos últimos anos, impulsionada por uma série de aquisições que levaram a gestora a ficar entre as 10 maiores do país.
Segundo dados da Anbima compilados pelo Pipeline, os fundos da Reag se multiplicaram por quase 14 vezes em cinco anos, saindo de um patrimônio de R$ 25 bilhões no fim de 2020 para R$ 341 bilhões em julho deste ano.
A estratégia de crescimento via aquisições ganhou força a partir de 2022, quando a empresa de João Carlos Mansur comprou as gestoras Rapier e Quadrante, além da corretora de seguros baiana Touareg. No ano passado, levou a Empírica, especializada em operações de crédito, a Quasar, de operações estruturadas e special situations, e 25% da Confrapar, entrando em private equity. Em dezembro, comprou o multifamily office Berkana Investimentos e a gestora Hieron Patrimônio Familiar.
Neste ano, a Reag incorporou a GetNinjas, após embate com o fundador, transação que resultou na abertura de capital da Reag — um IPO reverso, em janeiro, quando os papéis da empresa de tecnologia passaram a operar sob o ticker REAG3. A cisão posteriormente implementada nessa empresa deu origem à Companhia Brasileira de Serviços Financeiros (Ciabrasf), também alvo da operação da PF e listada em bolsa, e à Revee.
O crescimento de clientes corporativos nesse período também ajudou a alavancar o negócio — a Reag administra boa parte dos fundos do Banco Master, de Daniel Vorcaro. Maurício Quadrado, ex-sócio do Master, também teve empresas alvo da operação.
Mais recentemente, a Reag acenou interesse em negócios esportivo, com oferta para assumir a SAF do Vila Nova. Em nota, a companhia afirma que diversos fundos mencionados na operação da PF "nunca estiveram sob sua administração ou gestão." Quanto àqueles citados em que a empresa de fato atuou como prestadora de serviço, a companhia "informa que agiu de forma regular e diligente. Cumpre registrar que tais fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação."
A Reag diz que colabora integralmente com as autoridades responsáveis e reforça, ainda, que "não possui nem nunca possuiu qualquer envolvimento com as atividades econômicas ou empresariais conduzidas por esses clientes."



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