O blockbuster da Netflix na Nasdaq

Quem achou que abandonar as locadoras de filmes por uma empresa desconhecida de DVD por e-mail, no início dos anos 2000, era uma boa aposta, arriscou alto – mas se deu bem. A Netflix acumula valorização de mais de 118.823% desde que abriu capital, em maio de 2002. O investidor que colocou US$ 1 mil em ações e seguiu na posição viu o capital se transformar em US$ 1,19 milhão.
Ainda que a competição tenha aumentado nos últimos anos e haja desafios de aumento de rentabilidade, a companhia anunciou hoje um resultado trimestral acima das expectativas de Wall Street.
Pelo segundo trimestre consecutivo, a empresa não revelou o número de assinantes, mas diz que em receita se beneficiou do enfraquecimento do dólar, crescimento em usuários e resultado de vendas. Nos três meses encerrados em junho, a gigante do streaming registrou alta anual de 16% na receita líquida, somando US$ 11,08 bilhões, e lucro líquido de US$ 3,13 bilhões, crescimento sobre a cifra de US$ 2,1 bilhões de um ano antes.
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O ganho por ação foi de US$ 7,19 por papel, alta sobre os US$ 4,88 do igual trimestre de 2024. Para analistas da XP, o balanço foi bom, mas o impulso por causa de um dólar enfraquecido “veio de uma questão externa (à companhia), e não de uma melhora operacional”.
Netflix também quer chegar a US$ 1 trilhão
Pixabay
A trajetória teve suas oscilações. Em 2022, a companhia foi a primeira empresa de streaming a sentir os efeitos do fim da pandemia de covid, quando o número de assinantes caiu pela primeira vez em uma década. Desde então, a empresa promoveu um turnaround, trouxe de volta o fundador Ted Sarandos como co-CEO e, mais importante, teve de abandonar duas das suas premissas mais fortes diante de outros rivais: inseriu anúncios na plataforma de streaming e proibiu o compartilhamento de senhas. Deu resultado.
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No ano seguinte, a empresa voltou a crescer, com média de cinco milhões de novos assinantes por trimestre. Hoje, são 300 milhões, acima dos 220 milhões de três anos antes. Agora, segundo o Wall Street Journal, a Netflix estabeleceu três metas ambiciosas: dobrar a receita, ter 410 milhões de assinantes e atingir o valuation de US$ 1 trilhão.
Na bolsa, o múltiplo já ficou alto. Negociada a 59 vezes o lucro projetado para o próximo ano, a Netflix é uma das empresas mais caras do S&P500, superando a Nvidia (55x) e acima da média do Nasdaq 100 (de 40x).
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